O dia seguinte amanheceu com um cheiro diferente no ar — não de perigo, mas de curiosidade.
Caelum acordou antes do sol. A luz dourada mal tocava as pedras da fortaleza, e mesmo assim, ele já estava de pé, espiando pela janela da biblioteca.
Ele não estava ali por livros, não exatamente. Estava por respostas.
Desde a caçada do dia anterior, algo havia despertado dentro dele. Não era só o gosto pela corrida ou o orgulho de quase capturar um coelho. Era uma inquietação, uma necessidade nova de entender quem ele era — além do “filho dos reis.”
— “Por que eu transformo e outros não?” — murmurava para si mesmo, puxando pergaminhos com mais força do que devia.
Livros antigos estavam abertos, alguns com letras em línguas que nem os anciãos ousavam traduzir. Ele puxava um, lia duas linhas, fechava. Abria outro, virava páginas com pressa. Buscava algo que nem sabia nomear.
Até que uma voz o interrompeu:
— “Vai acabar derrubando a estante com essa pressa toda, meu filhote de tempestade.”
Era Au