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A manhã estava úmida de orvalho, e o som dos pássaros tomava o bosque como um coro afinado. Darius acordou cedo, como sempre, mas naquele dia, Aurora estava ao seu lado, enrolada nos lençóis como se o mundo lá fora pudesse esperar. Só que não podia — porque Caelum tinha pedido uma coisa muito especial:
— “Pai, mãe… eu quero caçar com vocês. Como os lobos de verdade.”
Aurora soltou uma risada sonolenta, os cabelos desgrenhados e os olhos semicerrados.
— “Caçar, Caelum? Mas você mal segura um garfo sem derrubar a comida…”
— “Eu seguro, sim!” — protestou ele, cruzando os braços com indignação teatral.
Darius deu de ombros.
— “Tudo bem. Uma caçada leve. Nada de perigo. Só nós três, como nos velhos tempos.”
Aurora arqueou uma sobrancelha.
— “Quais velhos tempos? Ele tem sete anos, Darius.”
— “Então como os antigos tempos de sete anos atrás, ué.”
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E assim, ao meio da floresta, estavam os três.
Darius em forma de lobo, gigantesco, de pelagem escura e olhos atentos. Aurora, em forma hu