A biblioteca da fortaleza estava mergulhada numa penumbra azulada, iluminada apenas pelas chamas tímidas das tochas presas às colunas de pedra. Aurora e Darius atravessaram as estantes em silêncio absoluto, como sombras entre sombras.
— Você confia nele? — Darius perguntou, com a voz rouca, olhando para os cantos.
— Com minha vida. — Aurora respondeu sem hesitar. — Mas é isso que me assusta. Caelum nunca mentiria. E se ele viu algo aqui... é porque há mais escuridão entre esses livros do que imaginamos.
Eles chegaram ao fundo da biblioteca, onde as prateleiras faziam um “U” fechado. Ali, entre tomos antigos de feitiçaria e registros da linhagem dos alfas, havia uma tapeçaria pendurada. Uma herança antiga da primeira matilha: três luas entrelaçadas por correntes de prata.
Caelum tinha descrito a tapeçaria. “Tem três luas presas. E atrás, uma porta invisível.”
Darius puxou o tecido. Aurora passou os dedos pela parede de pedra... até sentir algo vibrar sob sua pele.
— Aqui. — murmurou.
E