Aurora vagava pela mata, os pés descalços afundando na terra úmida, o coração feito um tambor de guerra batendo no peito. As imagens do sonho ainda pulsavam em sua mente, frescas como se fossem reais. O toque dele… em outra. O olhar de desejo. A marca no pescoço.
Elena.
Tudo nela gritava que era mentira. Tudo… menos a dor.
O vínculo entre ela e Darius, que antes era luz e força, agora parecia enevoado, instável. Como se algo o contaminasse, como se ele estivesse sendo dividido. Ela se sentia fraca. Sozinha. Vulnerável.
Foi então que a floresta sussurrou.
— Está quebrando, filha da lua...
Aurora parou.
— Quem está aí?
Do meio das árvores, surgiu uma figura encurvada, coberta por peles antigas e colares de ossos. A loba anciã, Morgra. Ninguém sabia sua idade, mas todos sabiam que ela era a guardiã do antigo. Daquilo que até a Matilha da Lua Negra temia.
— A marca em ti está em guerra — Morgra murmurou, se aproximando devagar. — A magia quer te dividir. Ela usa tua mente. Teu ventre. Tua