Darius voltou à clareira com o peito em chamas.
O reencontro com Elena havia deixado marcas — não no corpo, mas na alma. A bruxa que ele pensou ter enterrado havia voltado das trevas com olhos de víbora e palavras afiadas. E agora, o mais perigoso: estava solta, escondida, espalhando veneno como uma serpente silenciosa.
Aurora o esperava, sentada na beira do lago, os pés descalços e os cabelos soltos ao vento. Parecia calma, mas ele sentia que não era só intuição — era o laço. Ela sabia.
— Você viu ela, não foi? — a voz dela cortou o silêncio como uma lâmina.
Darius parou.
— Vi. Elena está viva.
Aurora virou lentamente o rosto. Havia um brilho nos olhos dela que ele nunca tinha visto. Algo entre raiva e dor. Algo ancestral.
— E o que você sentiu?
A pergunta foi uma flecha envenenada. Ele podia mentir, amenizar, fugir. Mas ela o veria. Saberia. Então, não disfarçou.
— Senti ódio. Senti raiva de mim mesmo por um dia ter acreditado naquele laço falso. Mas... senti também que ela ainda sa