A alvorada chegou coberta de névoa, espessa como lã. O silêncio era estranho, pesado, diferente do costumeiro alvoroço das aves e dos passos apressados dos guerreiros. A floresta parecia segurar o fôlego.
Aurora acordou com um arrepio subindo pela espinha. Não era frio. Era presságio.
Ela vestiu a capa às pressas e saiu da cabana, os olhos varrendo o acampamento. Vários lobos estavam reunidos na borda da clareira, murmurando, tensos. Um cheiro forte de sangue no ar denunciava que algo havia acontecido — algo ruim.
Ela correu até lá, o coração disparado.
E então viu.
Havia corpos.
Três patrulheiros, deitados lado a lado como oferendas. Os olhos abertos, mas sem vida. Não havia sinais de luta. Nenhuma gota de sangue fora dos corpos. Só o silêncio — e as marcas.
As mesmas marcas que Aurora carregava nas costas.
Cravadas no peito de cada guerreiro com precisão cirúrgica. Queimadas. Como se tivessem sido feitas com ferro em brasa.
Aurora cambaleou para trás.
— Quem fez isso...? — ela sussu