Mundo de ficçãoIniciar sessão♡Luan Silva Rocha♡
Havíamos colocado nossa coelhinha numa situação da qual não sabia como escapar. Ela olhou para nós, seus olhos marejados procurando um abrigo que não encontraram, e então abaixou a cabeça, derrotada. — O quê? — foi a única coisa que conseguiu dizer. — Sim, coelhinha. Nós já sabemos. Sabemos há muito tempo que você sente algo por nós — Patrick insistiu. — Então vamos lá, admita. Acabou, coelhinha. — Patrick, por favor, pare. Eu não sei, não posso… — Não pode ou não quer? Está com vergonha? Ela soltou um suspiro quase inaudível antes de responder. — Sim… — Não tenha vergonha, coelhinha. Nós já sabemos de tudo. Só queremos ouvir dos seus lábios a verdade. — Eu… eu… — Patrick, chega! — A voz de Caio cortou o ar, carregada de uma autoridade que tentava impor alguma racionalidade naquela loucura. — Cala a boca, Caio! — Patrick, a coelhinha está constrangida. Deixa ela ir por agora — eu interveio, tentando acalmar os ânimos. — Caralho, por que você sempre tem que bancar o bonzinho? — Patrick revirou os olhos, soltando Bruna com um movimento brusco e se virando para nós. — Ela já estava quase lá! — Patrick, para! Você está assustando a coelhinha! — disse Caio, se adiantando. — Foda-se, porra! Eu quero ouvir! — Patrick explodiu, sua paciência. Ele se aproximou de nós, seu rosto uma máscara de frustração. — Se continuar assim, nós nunca vamos conquistá-la. Seja paciente — argumentei, colocando uma mão no seu ombro, que ele sacudiu com violência. — Estou me segurando desde que a coelhinha tinha quinze anos, Luan! Porra, estamos nos segurando há três anos! E agora que ela pode finalmente nos dizer, vocês interrompem? — Só estamos dizendo que é melhor pegar leve. — Foda-se. Eu concordo com o Patrick. — Foi Caio quem falou, surpreendendo a todos. Seu rosto estava sério, fechado. — Ele tem razão. Se pressionarmos a coelhinha um pouquinho, ela vai confessar. Estamos há três anos esperando ela virar adulta para finalmente podermos ficar com ela, e agora que está aqui, vocês querem deixá-la ir? Por mim, a gente levava ela daqui mesmo. — Para de ser idiota, Caio! O plano nunca foi esse! — Eu gritei, perdendo um pouco da minha compostura. Foi então que o som que partiu nossos corações interrompeu a discussão. Um choro baixo, contido, mas profundamente doloroso. Percebemos que Bruna estava de costas para nós, seus ombros curvados tremendo levemente, os braços cruzados como se tentasse se proteger de nós mesmos. — Olha o que você fez, seu babaca! — Caio empurrou Patrick, irritado com sua grosseria. — Coelhinha, nos desculpe por isso — eu disse, me aproximando dela. — É que o Patrick hoje está um pouco… arisco, sabe? — Toquei levemente suas costas, sentindo o tremor que percorria seu corpo. Ela não se afastou, mas também não relaxou. — Ele tem razão. — A voz dela saiu abafada, entrecortada pelo pranto. — É verdade. — O quê? — Nós dissemos em uníssono, três vozes fundidas em choque. Ela se virou, seu rosto lindo marcado por lágrimas que traçavam caminhos brilhantes em sua pele. — O Patrick tem razão. Eu gosto de vocês. Gosto de vocês desde a primeira vez que nos vimos. Desde aquela primeira conversa, desde o primeiro olhar que troquei com vocês. Desde aquele dia, senti algo que sempre me deixou com o peito acelerado. Então, sim, Patrick, eu admito. Eu gosto de vocês. Mas o que importa? Vocês nem se importam comigo de verdade. — Importa sim, coelhinha — murmurei. — Não, não importa. — Ela sacudiu a cabeça. — Eu sei que tipo de mulheres vocês gostam! Preferem garotas mais experientes, descoladas… aquelas que sabem como o mundo funciona. Não uma menina boba como eu! Seu choro, agora mais forte, partia meu coração ao meio. Ela achava que não nos importavamos com ela, quando a verdade era que, desde os seus quinze anos, somos obcecados por essa garota de cabelos cor de mel e sorriso tímido. Ela finalmente confessara, e seu coração, frágil e verdadeiro, era nosso. — Essas outras mulheres não importam pra gente, coelhinha. Só você — Caio falou, sua voz mais calma agora. — Não estamos com mais ninguém. Não seriamente. — É mesmo? — Ela perguntou, cética, mas com um vislumbre de esperança em seu olhar. — Claro — Patrick disse — Você já era nossa desde que olhamos pra você, meu anjo. Você só precisava admitir. — Mas o que isso muda? — Ela Questionou, confusa. — Muda tudo — respondi. — Você confessou que gosta de nós, e agora só existe uma coisa: fazer com que você seja realmente nossa. — Você quer ser nossa, coelhinha? — Caio perguntou, se aproximando e segurando sua cintura com delicadeza. — Ser de vocês? Não entendi. — Quer ser nossa mulher, coelhinha? — minha voz soou rouca. — Não posso fazer isso. Seria errado me envolver com vocês três. Meus tios… eles disseram que não devo me envolver com ninguém até me casar. Isso seria… seria um pecado. Patrick deu um passo à frente, mas um olhar meu o conteu. — Sabe o que também é um pecado, coelhinha? — perguntei, suavemente. — Se negar a algo – ou a alguém – que te dá prazer. Se negar ao que incendeia sua alma. Você nos quer, coelhinha. — Eu sinto muito — ela sussurrou, recuando. — Mas não posso desonrar meus tios dessa forma. — Mas o que você quer, meu anjo? — insisti, mantendo a voz baixa e calmante. — Seus tios não estão aqui. É a sua vontade que importa agora. Você pode nos dizer. Ela olhou para cada um de nós, seu olhar passando por Caio, por Patrick, e finalmente se fixando em mim. Vi o conflito, o medo, mas também o desejo genuíno em seus olhos. — Eu… eu só quero ir embora, por favor. — MAS QUE CARALHO… — Patrick começou, mas Caio o interrompeu. — Patrick, deixa ela. A coelhinha não perde por esperar. Deixa ela ir. — A voz de Caio era sarcástica, mas sua expressão era séria. Nós a conhecíamos. Sabíamos que pressionar mais seria perder tudo. — Tá bom — Patrick cedeu, sua voz repentinamente cansada. — Pode ir, meu anjo. É o que você quer? Então vai. Sai da nossa casa agora, coelhinha. — Com licença — Bruna murmurou, quase sem voz. Ela pegou a cachorrinha Lulu no colo abriu a porta e saiu correndo. Assim que a porta se fechou atrás dela, Patrick explodiu. Seu punho cerrado atingiu a parede com um baque surdo. — MERDA. — Não adianta ficar com raiva agora! Você que foi um idiota com a coelhinha — Caio disse, esfregando o rosto com as mãos. — Já estou perdendo a paciência com essa situação toda, Caio! Ela gosta da gente, porra! — O que você esperava? Que ela se declarasse e simplesmente se jogasse na nossa cama? Porra, Patrick, às vezes você é muito burro. — Ela já confessou os sentimentos — Caio disse, pegando um copo e enchendo-o com um whisky caro. — E já demonstrou que quer ser nossa, mesmo com todo o medo. Agora é só esperar. ___________ Oi, meus amores! Se vocês estão curtindo as histórias, não deixem de me acompanhar lá no I*******m para ficar por dentro de tudo, novidades, spoilers e bastidores da escrita. Me segue: @autora_marise Sua presença lá faz toda diferença!






