O fim da noite e o início de mais um dia eram sempre iguais. Na prisão, o tempo não passava, arrastava-se de forma lenta e torturante.

Sentado na cama estreita, fixava os olhos na rachadura da parede diante de mim e pensava em como tudo tinha desmoronado tão rápido. Como pude ser tão negligente a ponto de não perceber o que estava acontecendo na empresa? Me achava competente no que fazia, mas no fundo era apenas arrogância e excesso de confiança, como podia ser acreditar que era competente quando me roubaram embaixo do meu nariz?

O rosto de Sofia surgia na minha mente o tempo inteiro. Ela, a nossa filha que ainda nem havia nascido, e os meus filhos, que tão jovens já precisavam enfrentar mais uma provação. Esses pensamentos me corroíam.

Os advogados sempre vinham com as mesmas respostas: “o processo é complexo”, “estamos analisando”, “precisamos de mais provas”. Palavras vazias, que só aumentavam a minha sensação de impotência.

Naquela manhã, porém, recebi uma visita inesperada, minh