Antônio me observava enquanto eu vomitava no banheiro sujo. Em cinco minutos, adivinhou tudo. Sem saber o que fazer, dei descarga e me levantei para lavar a boca.

— Ele sabe? Foi por isso que te mandou embora? — perguntou com uma expressão de desgosto, imaginando que Eduardo tinha me expulsado de casa grávida.

— Claro que não. Fui eu quem pediu demissão. Não fazia sentido continuar trabalhando para o Eduardo... e eu nem sei se estou grávida mesmo, não fiz nenhum exame ainda — falei, percebendo o quanto eu mesma tentava me enganar.

— Sofia, você precisa fazer um exame para ter certeza e procurar um médico o quanto antes. Não conheço o Eduardo muito bem, mas duvido que ele te deixaria na mão se soubesse.

— Você não vai falar nada pra ninguém, e eu preciso voltar ao trabalho antes que deem pela minha falta.

Antonio ainda queria discutir, mas não dei margem. Voltei para meu posto, tentando disfarçar o mal-estar e a vontade de sair correndo. Achei que ele fosse desistir, mas me enganei. El