– Eu quero o papai – resmungou Alice, deitada na cama, com a voz chorosa.

O médico falava comigo sobre as medicações e o quadro de saúde de Alice e Arthur, mas minha mente exausta mal conseguia assimilar o que ele dizia. Em uma semana aconteceram mil coisas ao mesmo tempo: as crianças voltaram da casa da avó sem sequer perceber a briga pela guarda que se desenrolava, depois retornaram para a escola e, dois dias depois, começaram a apresentar sintomas de uma virose que piorou tão rápido que agora eu me encontrava no hospital com os gêmeos internados. E, como sempre, Eduardo estava viajando e até aquele momento não tinha atendido o celular. Ele não sabia da internação e ninguém sabia onde ele estava.

– Vamos mantê-los esta noite. Se amanhã apresentarem uma melhora, podemos considerar dar alta – explicou o médico.

– Doutor, mas eles vão ficar bem? É só uma virose mesmo? Eles estão tão abatidos... – perguntei, preocupada.

– Estamos aguardando o resultado de mais exames, mas tudo indica q