Maximus
Não estava adiantando nada escutar Chopin. Normalmente, normalmente, aquilo me trazia paz, mas naquele instante parecia não surtir efeito algum.
Sobre a escrivaninha do hotel, estava a certidão de nascimento do menino que poderia ser o meu filho. Era para eu ter pegado o primeiro voo e voltado para a Itália assim que a Allegra recebeu alta do hospital, mas eu ainda estava ali preso, tentando encontrar a ex-babá da minha sobrinha.
Eu precisava encarar que somente alguns momentos com Vitória haviam sido o suficiente para arruinar meus planos de relaxar por algumas horas antes de encarar uma pilha de contratos. Com um suspiro frustrado, desliguei o aparelho de som e deixei o olhar se perder nas luzes da cidade através da ampla janela da cobertura.
O que, afinal, estava me incomodando tanto, no fundo da mente? Fiquei exasperado só de lembrar do modo como Vitória entrou naquele táxi e fugiu.
— Cazzo! — Xinguei baixinho quando um choro angustiado rompeu o silêncio, deixando-me a