Milena chegou à casa de Rafaella como uma sombra do que era horas atrás. Seu olhar perdido, os ombros tensos, os passos pesados denunciavam o turbilhão dentro dela. Rafaella, que estava relaxada no sofá, levantou-se imediatamente ao vê-la. O celular foi esquecido sobre a mesinha da sala—nada mais importava naquele momento, a preocupação tomou conta dela.
— O que aconteceu, minha amiga?... — perguntou Rafaella, a voz baixa, cheia de cuidado. Ela segurou uma das mãos de Milena com suavidade, sentindo a frieza dos seus dedos trêmulos, enquanto fechava a porta com a outra. Os olhos atentos buscavam qualquer pista na expressão da amiga. Depois, sem hesitar, conduziu-a ao sofá, como se precisasse ancorá-la antes que fosse engolida pela tempestade interna.
Milena abaixou a cabeça, as mãos apertadas sobre o colo, como se quisesse conter algo dentro de si. Seus olhos marejados encontraram os da amiga, e naquele instante, Rafaella viu o peso de uma verdade que lutava para ser dita. Uma única lá