Ajudei Regina a levar as coisas da mesa pra cozinha, enquanto ela falava no quanto amava a família de Rafaela, no quanto ela e Leonardo se davam bem.
Eu só concordava com a cabeça, lavando os pratos com vontade de desaparecer dali.
— Muito bem, terminamos. Pode ir. — Ela disse, enxugando as mãos no pano de prato, como se eu não tivesse ajudado por vontade própria.
Respirei fundo e subi pro meu quarto. Fui direto pro banho, demorando sob a água quente, deixando que ela escorresse pelos ombros como se pudesse levar junto a tensão que eu sentia por dentro.
Quando saí, enrolada na toalha, percebi que tinha esquecido de separar uma roupa antes. Bufei.
Mas o que me fez perder o ar não foi a falta da roupa.
Foi Leonardo. Sentado na minha cama.
— Ah! — Dei um pulo pra trás, a mão no peito. — Leonardo, que susto! Ficou doido?
Ele me olhava de cima a baixo, imóvel.
O olhar dele não era vulgar, mas intenso, firme, quase hipnótico.
Parecia lutar consigo mesmo, entre admirar e se controlar.
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