Ao se aproximar, Enrico viu a porta da cabana encostada. A luz lá dentro era fraca, mas claramente havia movimento. Ele parou na entrada, bateu duas vezes com os nós dos dedos e anunciou, com seu tom habitual de provocação:
-Se eu for um assassino, você acabou de cometer o maior erro da sua vida deixando a porta aberta. Só para constar.
Do outro lado da porta, Aurora congelou, mas logo reconheceu a voz. Revirando os olhos, ela abriu a porta de supetão, encontrando Enrico ensopado, com um sorriso irritantemente satisfeito no rosto.
-Você veio me salvar ou testar sua teoria de que pessoas podem ser idiotas mesmo debaixo de chuva?-ela disparou, cruzando os braços.
-Ah, então você admite que é idiota por estar aqui. - ele rebateu, entrando sem ser convidado e tirando o capuz. -Boa, o primeiro passo é a aceitação.
-Você podia ter ficado onde estava, sabe? Não pedi pra você me seguir.
-Eu sei, mas aí você ia morrer de frio ou ser comida por sei lá o quê, e eu ia ter que explicar sua burrice