Maitê Moreli
Eu estava na varanda do bangalô, observando toda aquela imponente estrutura da mansão. O lugar parecia carregar memórias que, segundo diziam, haviam sido minhas: momentos felizes, importantes, mas a minha mente era um vazio absoluto. Nada, nenhuma lembrança, apenas um silêncio escuro que me corroía por dentro.
De repente, um táxi entrou pelos portões da propriedade e seguiu pela alameda, virando à esquerda em minha direção. Meu coração disparou. O carro parou bem diante do bangalô e, quando as portas se abriram, por um instante achei que meus olhos me enganavam. Eram eles: Hunter... e meus pais.
Um nó subiu à minha garganta. Finalmente, enfim, eu voltaria para casa.
— May! — “Hunter” desceu apressado do banco do carona, contornou o carro e, sem hesitar, me envolveu em um abraço apertado.
— “Hunter”... mãe... pai... ainda bem que vieram! — sussurrei, quase soluçando.
— Sí, hijita, venimos por ti! — disse meu pai, emocionado.
— Gracias, papá! — agradeci e logo me virei para