Maitê Moreli
No mesmo instante, as lágrimas desabaram. Ela me puxou para si e me abraçou. Sentei-me na cama, mas logo sua mão acariciava meus cabelos, minha cabeça repousando em seu colo como uma criança perdida.
— Chore, filha… chore o quanto precisar. Mas depois… respire. Você precisa se permitir ouvir. Não está deixando ninguém se explicar, ninguém lhe provar que falamos a verdade. Você é parte da nossa família.
— Fácil falar… — soluquei. — Não foi a senhora quem foi arrancada da própria casa. Minha mente estava em paz… e então me arrancaram de tudo outra vez.
— Eu sei que Hunter e Léa erraram na forma como trouxeram você. — ela admitiu. — Mas se ouvir com calma, vai entender. Seu marido… meu filho… estava desesperado. Porque ele a ama.
Fechei os olhos, vencida pelo cansaço.
— Está bem… — murmurei. — Vou ouvir. Quero ver as fotos de que ele falou. A senhora pode chamá-lo?
— Ele precisou ir ao trabalho. Mas quando voltar, conversará com você. — sorriu, enxugando minhas lágrimas com