Maitê Moreli
Acordei assustada. Meu coração disparava como se quisesse rasgar meu peito. Olhei ao redor e, para meu desespero, ele estava ali, sentado na cadeira ao lado da cama, me observando com um olhar intenso e ao mesmo tempo possessivo.
— Como se sente? — perguntou, a voz terna como se realmente estivesse preocupado comigo.
— Como me sinto? — retruquei, arfando de raiva e medo. — Eu fui sequestrada! Roubaram a minha vida, me arrancaram do meu lar e me trouxeram para um lugar desconhecido! Estou ótima, obrigada.
Ele se levantou devagar, sem se abalar pelas minhas palavras, e caminhou até a cama, sentando-se ao meu lado.
— Se afasta de mim! — gritei, desesperada, encolhendo-me contra o travesseiro. — Pelo amor de Deus, não chega perto!
Mas ele ignorou meu pedido, como se minha vontade fosse irrelevante. A proximidade dele me sufocava.
— Quem roubou sua vida foram outros. Quem te sequestrou foram outros. Não eu, não a Léa. Nós apenas trouxemos você de volta para a sua vida verdade