Hunter Knoefel
O tranquilizante estava no meu bolso, queimando como uma última saída, mas eu não queria usá-lo. Seria pior. Se Maitê apagasse ali e acordasse em um lugar desconhecido, sem memória, seria um pesadelo ainda maior. Preferia enganá-la com palavras, persuadi-la com calma. Disse a ela que a levaria de volta para casa. Meu coração sangrou ao vê-la naquele estado de confusão, medo e dor. Mas, depois que a tempestade passasse, quando ela entendesse que eu a trouxe para a verdadeira casa, para perto do filho que ela tanto amou desde o momento em que descobriu a gravidez, eu sabia que, cedo ou tarde, ela ficaria bem.
Ela entrou no helicóptero hesitante, com os olhos marejados e fixos em mim, como se cada segundo fosse uma sentença.
— Você está mesmo me levando para casa? — perguntou com a voz embargada.
— Sim… — respondi sem titubear. Não estava mentindo. Estava levando-a para a sua verdadeira casa.
Mesmo assim, ela não acreditava. A cada palavra, seu olhar se enchia de desco