May Alencar
Ele me falava de amor o tempo inteiro. Na cabeça dele, esse amor era real, intenso, quase palpável… mas na minha, não havia nada. Absolutamente nada. Nenhuma lembrança. E isso me consumia por dentro, como se uma parte de mim tivesse sido arrancada.
Eu só sabia que era verdade que estive grávida por causa do leite que ainda preciso tirar todos os dias para não empedrar e me dar febre, já que não posso tomar o remédio que seca. Se não fosse por isso, jamais acreditaria que havia me entregado a um homem antes do casamento. Eu deveria estar profundamente apaixonada, porque não me vejo fazendo algo assim.
Talvez a pancada na cabeça não tivesse apenas apagado minhas memórias, mas também alterado minha personalidade, meus valores. Hoje, penso que só me entregaria a um homem se estivesse completamente apaixonada… e casada.
Hunter é carinhoso. Conversar com ele nesses dias tem sido… confortável. É mais próximo da minha idade, um pouco mais velho, sim mas não existe aquele abismo gr