Waleska Velasco

Ao chegar à porta da pousada, fui tomada por uma dúvida extensa: deveria ou não entrar?

Não queria parecer oferecida.

Porém, em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele pudesse ter aquela reação — fria, seca, carregada de uma languidez cruel. O pior era ter de reconhecer que, talvez, Asunta estivesse certa: ele agira assim porque eu não quis transar com ele.

Eu não era careta, tampouco fazia o tipo puritana. Se quisesse ter uma relação casual, teria. Mas naquele dia eu não estava a fim. Ainda bem! Pois, se tivesse cedido, agora me sentiria ainda mais usada do que já me sentia.

Rocco era um tremendo babaca.

Andei tão rápido pela rua que, quando percebi, já estava diante da porta de casa. Entrei e fui direto para a cozinha, precisando desesperadamente de um copo d’água. Ao me aproximar, vi Asunta abraçada à nossa mãe.

Chorando?

Asunta estava chorando?

Fiquei parada na entrada, observando em silêncio. Ou melhor, escutando a conversa.

— Filha, não é a primeira vez q