Rocco Pussenti
Suando feito um porco, despertei após mais um pesadelo de merda, com lembranças reais que insistiam em me assombrar. Ainda podia sentir a dor da borracha chicoteando o meu corpo, o cheiro fétido de esgoto do porão onde Sandra, a vadia de merda da minha madrasta, me deixava por dias.
O prazo da minha agonia era o tempo em que meu pai ficava fora. Quando Nero chegava, eu já estava limpo, no meu quarto, jogando videogame como um garoto normal.
Quantas vezes tive vontade de contar a ele. Entretanto, as palavras de Sandra — dizendo que meu pai não acreditaria em mim e que, quando Nero saísse, seria ainda pior — me faziam calar. Eu tinha as marcas da violência no corpo como prova. Mas eu era apenas um menino, e o medo era maior do que qualquer evidência.
Quando meu pai descobriu, vi um lado do Nero que não conhecia. Ele a surrou e me prometeu que nunca mais eu veria aquela vagabunda. Assim foi. Mas nada foi capaz de sanar minha consternação. Mesmo sem ver a cara de bosta da S