O dia amanheceu nublado e chuvoso, trazendo uma melancolia para Clarice que não a desejava. Klaus a viu chorando e escondendo o rosto. Odiava quando ela ficava assim. Chorosa e apagada.
Talvez fosse o ciclo se aproximando...
Klaus se levantou, a puxou lentamente para perto dele e a abraçou. Clarice soltou um soluço doloroso.
- Eu sinto muito, Clarice. Eu sinto muito.
- Eu não quero ver ninguém. Cuide deles!
Klaus se levantou da cama, tomou um banho, vestiu-se, foi acordar os filhos e preparar o café. Antes de sair para levá-los à escola, foi ate o quarto ver Clarice.
Ela dormia profundamente.
Ele a beijou e saiu com os filhos.
- O que a mamãe tem?
- Faz dois anos que Clarice descobriu que o bebê que esperava estava morto em seu útero. Ela teve uma hemorragia e isso acabou a esterilizando. O pior foi que eu não estava lá. Eu menti para ela. Eu não tive coragem para falar com ela que iria ficar mais tempo em São Paulo e mandei a secretária ligar e dizer.
- Você estava com aquela mulher.