— Beba, se quiser. — Sussurrou Isabela, depositando o copo de água na mesa ao lado.
Mergulhado em seu próprio silêncio, Sandro permaneceu imóvel. No fundo da alma, já sentia falta de contemplá-la adormecida, com aquela serenidade que sempre o encantava.
— Aceito sim. — Respondeu ele com voz rouca, sentindo a garganta em brasas.
Com gestos delicados, Isabela tomou o copo nas mãos e aproximou o canudo dos lábios dele. Gole após gole, Sandro bebeu vagarosamente, como quem degustava um conforto há muito esquecido. O alívio veio, ainda que modesto.
— Meu rosto... Está estranho, não está? — Indagou ele, com olhos que imploravam ajuda. — Você poderia limpá-lo para mim?
Embora já tivessem tratado os cortes na testa, restavam ainda marcas de sangue e do medicamento. Ver-se naquele estado lamentável era uma raridade para ele. Movida por compaixão diante do paciente fragilizado, ela não resistiu.
— Não tem toalha nem bacia aqui no quarto para fazer isso direito. — Explicou ela, já se encaminhando