A água caiu impiedosamente sobre o corpo de Sandro. Num instante, seus cabelos, o macacão hospitalar e os lençóis ficaram completamente encharcados.
Com os olhos ardendo de raiva, Isabela ainda arremessou a bacia vazia contra ele, como último ato de sua fúria incontrolável.
— Será que uma vez na vida você poderia agir como um homem de verdade, Sandro? — Disparou ela, a voz trêmula de indignação.
Como conseguia ser tão desprezível? No passado, a havia ferido profundamente, jamais demonstrou lealdade a Milena e agora traía até mesmo Clara. O que passava pela cabeça dele? Que as mulheres não passavam de meros brinquedos em suas mãos, para manipular e jogar fora à sua vontade?
Um gosto amargo invadiu a boca de Isabela. Ter amado Sandro um dia representava sua maior humilhação.
Lentamente, Sandro ergueu o olhar. Gotas escorriam por seus cabelos e pingavam sobre o rosto pálido. Entre os fios molhados e desgrenhados, seus olhos buscaram os dela.
Os olhares se encontraram, cheios de história.