O telefone de Elara vibrou em sua bolsa, mas ela não conseguiu responder imediatamente. Sua mente ainda estava tomada pelas imagens, sons e sensações que Damian Blackwell provocara horas antes. Cada detalhe do seu encontro com ele se repetia, como uma dança silenciosa de poder e sedução que ela ainda não conseguia decifrar.
Quando finalmente olhou para a tela, era uma mensagem dele:
“Revise os números da fusão antes de amanhã. Nos vemos no escritório. — D.B."
O frio de precisão contido nas iniciais apenas reforçou o efeito perturbador que ele exercia sobre ela. Damian não precisava de palavras longas; um toque de autoridade e a assinatura de seu nome bastavam para deixar qualquer um alerta.
Na manhã seguinte, ao entrar novamente no edifício Blackwell Industries, Elara sentiu aquela mistura de excitação e tensão percorrer o corpo. Cada passo pelo lobby, cada reflexo no mármore negro, parecia anunciá-la para o mundo — mas, mais importante, para ele.
Quando chegou ao andar executivo, Damian a esperava, como sempre, com uma postura impecável, os olhos azuis fixos nela, penetrantes, provocativos. O terno negro se ajustava perfeitamente ao corpo esculpido, a camisa branca aberta no peito revelando músculos definidos e a aura inebriante de um homem que dominava tudo e todos.
— Vejo que trouxe os números revisados — disse ele, a voz baixa e firme, mas carregada de um magnetismo impossível de ignorar. — Mas quero começar com outra coisa hoje.
Elara ergueu uma sobrancelha, tentando decifrar o significado por trás daquelas palavras.
— Outra coisa, Sr. Blackwell? — perguntou, mantendo a compostura, embora sentisse o coração disparar.
— Sim — respondeu ele, aproximando-se da mesa, cada passo calculado, cada movimento exalando poder. — Quero observar como você lida com pressão, proximidade e… distração.
O simples ato de se aproximar fez o ar ao redor vibrar. Damian não precisou tocá-la para que ela sentisse seu efeito. Mas, mesmo assim, ele se inclinou sobre a mesa, tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele, a leve vibração de sua respiração.
— Você sabe que este escritório tem espaço suficiente para várias distrações — disse ele, com um sorriso quase imperceptível, mas carregado de significado. — E ainda assim, você parece conseguir manter o foco… pelo menos na superfície.
Elara sentiu o calor subir pelo rosto. Ela se sentou à frente dele, tentando manter a postura ereta, mas cada movimento parecia amplificado pelo olhar dele. Damian não precisava tocar; cada gesto, cada inclinação, cada sorriso calculado tinha a capacidade de mexer com os sentidos dela de maneira quase insuportável.
— Sr. Blackwell, se isso for um teste… — começou ela, a voz firme, mas a pele sensível sob o toque da presença dele — pode ter certeza de que vou me sair bem.
— Um teste, Elara, é mais do que resultados — disse ele, aproximando o rosto dela, quase até que os dedos roçassem na borda da mesa — É sobre reação, controle… e percepção.
Ela sentiu a tensão aumentar, quase como se o próprio ar tivesse se tornado mais denso. Cada palavra dele carregava sugestão, cada olhar atravessava as barreiras de razão que ela se esforçava para manter.
Enquanto discutiam os números da fusão, Damian não parava de observar cada mínimo gesto dela — o modo como ela mordia levemente o lábio inferior ao pensar, a postura firme, a respiração controlada, mas que denunciava sinais sutis de excitação. Era um jogo silencioso, quase cruel, e Elara percebeu que, quanto mais tentava se concentrar nos números, mais difícil era ignorar o efeito perturbador dele sobre seu corpo e mente.
Em determinado momento, Damian se inclinou mais para frente, a proximidade tornando impossível para Elara não notar o calor de seu corpo, o aroma irresistível que parecia envolver o espaço, provocando uma mistura de tensão e desejo.
— Você sente isso, não sente? — murmurou ele, baixo, como se falasse apenas com ela — A tensão… a energia que existe entre nós.
Elara engoliu em seco, incapaz de negar a verdade. — Eu… sinto. — Sua voz saiu mais baixa do que gostaria, carregada de nervosismo e antecipação.
Damian sorriu, lentamente, como quem saboreia cada reação dela.
— Bom. Então estamos jogando o mesmo jogo. —
O jogo que ele falava não tinha regras visíveis, mas era inegavelmente sensual, psicológico e perigoso. Ele era mestre em provocar desejo sem jamais tocar, em dominar sem precisar de força, em provocar excitação apenas com olhar, palavras e presença.
A reunião prosseguiu, mas cada palavra sobre fusões, números e estratégias corporativas parecia secundária. O verdadeiro desafio era entender o ritmo dele, a forma como manipulava atenção e desejo. Cada gesto sutil — um roçar de dedos no tablet, uma inclinação calculada, o brilho nos olhos — fazia Elara perceber que estava entrando em território desconhecido.
Quando finalmente se levantou, com a desculpa de buscar mais documentos, Damian a seguiu com o olhar, cada passo seu medido para que ela sentisse seu controle. E, mesmo que não houvesse contato físico direto, a sensação de que cada fibra do corpo dela estava sendo estudada e provocada era esmagadora.
— Elara — disse ele, sua voz baixa, intensa — você está se saindo muito bem em lidar com números… mas e comigo?
Ela congelou, o coração batendo forte, a respiração mais rápida. Era impossível não sentir o efeito dele, impossível não perceber que cada palavra era uma provocação calculada, cada gesto uma promessa silenciosa.
— Sr. Blackwell… — ela começou, mas a firmeza na voz falhou diante da presença perturbadoramente magnética dele.
Ele deu um passo mais próximo, a distância entre eles agora quase insuportável. Seus olhos azuis pareciam perfurar cada camada da mente e do corpo dela, fazendo com que cada tentativa de racionalidade desaparecesse.
— Vamos ver quanto tempo você consegue resistir — murmurou ele, e o som era quase uma carícia. — Resistir ao que você sente… e ao que eu posso provocar.
O frio da determinação dele misturado ao calor da presença fez com que Elara sentisse cada parte do corpo reagir involuntariamente. Ela sabia que estava diante de um homem que não apenas dominava o mundo corporativo, mas também cada pensamento e desejo que ousasse cruzar seu caminho.
Quando finalmente se afastou para retomar os documentos, Damian permaneceu parado, observando-a com um sorriso enigmático. Ela percebeu que o jogo havia começado de verdade: sedução, desejo e poder entrelaçados, sem regras claras, sem saída evidente. E ela não sabia se queria fugir ou se entregar.
Enquanto deixava o escritório, uma coisa estava clara: Damian Blackwell não era apenas um CEO. Ele era uma força impossível de ignorar, perturbadoramente atraente, e ela estava prestes a descobrir que, para sobreviver — ou para se render — teria que entender e jogar conforme as regras dele.
E, naquele instante, ela percebeu que o verdadeiro desafio não estava nos números da fusão. Estava nele.