Elara saiu do escritório de Damian com uma sensação que era, ao mesmo tempo, excitante e inquietante. O cheiro dele ainda parecia impregnado em suas roupas, e cada gesto dele ainda ecoava na sua mente. Ela tentou se convencer de que era apenas atração física, que o mundo corporativo exigia lidar com homens magnéticos. Mas havia algo mais. Algo que fazia o sangue dela ferver e o coração acelerar sem nenhum motivo racional.
Na sala de conferências, o ar estava carregado de tensão residual. Ela se sentou, pegou seu tablet e começou a revisar os dados da fusão, mas a concentração era impossível. Cada detalhe que ela examinava parecia distorcido, porque em sua mente ainda surgia a imagem de Damian Blackwell, a postura impecável, os ombros largos, os olhos azuis que pareciam ler cada pensamento dela.
Um toque suave na porta a tirou de seus devaneios.
— Elara? — chamou uma voz masculina, baixa, inconfundível.
Ela se levantou rapidamente, um misto de nervosismo e expectativa atravessando seu corpo. Damian entrou, sem bater, e parou diante da mesa. Havia algo em seu andar, lento e seguro, que fazia o chão parecer menor ao seu redor, como se ele ocupasse todo o espaço com presença e poder.
— Preciso discutir alguns pontos da fusão antes de seguirmos com o conselho — disse ele, a voz carregada de autoridade e sedução. — Mas pensei que seria mais produtivo se fizéssemos isso… assim.
Ele se aproximou, cada passo deliberado, medido. O aroma de sua colônia masculina atingiu-a de forma quase física, misturando tabaco, madeira e algo intensamente masculino que fazia qualquer resistência parecer impossível.
Elara sentiu as pernas tremerem, e, por um instante, desejou ter ficado em casa, longe do perigo de sua própria atração. Mas ela não era do tipo que fugia. Respirou fundo, endireitou os ombros e disse:
— Claro. Vamos rever os detalhes.
Damian se inclinou sobre a mesa, apoiando as mãos ao lado do tablet dela. A proximidade deles fazia o ar ao redor vibrar, e a tensão entre eles era quase palpável. Ele não estava apenas perto; estava no controle, como se cada centímetro de espaço ocupado por ele fosse estrategicamente calculado para mexer com os sentidos dela.
— Vejo que você revisou os números com cuidado — disse ele, os olhos intensos presos aos dela — mas quero saber: você faria algo… fora da rotina, se isso garantisse o resultado que deseja?
Elara engoliu em seco. Havia algo implícito naquela pergunta, algo que ia além de negócios. Ela levantou a cabeça, encontrando o olhar penetrante dele, e respondeu com firmeza:
— Sempre busco o resultado, Sr. Blackwell. Mas dentro dos limites éticos.
Ele sorriu, um sorriso que não era apenas encantador, mas provocador.
— Limites são relativos — disse, baixando a voz, quase um sussurro — e alguns… podem ser extremamente divertidos de testar.
Ela sentiu um arrepio percorrer a espinha. Havia algo em Damian que desafiava não apenas sua razão, mas todos os seus sentidos. Cada movimento dele parecia projetado para provocar, para excitar e controlar, e, ainda assim, ela se mantinha firme — ou tentava.
Enquanto ele falava sobre estratégias, investimentos e possibilidades de fusão, ela percebeu que sua mente se dividia: uma parte analisava racionalmente os números, enquanto a outra se perdia na presença dele, imaginando o toque de seus dedos sobre os dela, o calor de sua respiração tão perto, a intensidade de seus olhos que parecia despir cada camada de sua personalidade.
Damian, claro, percebeu. E cada gesto dele — a inclinação da cabeça, o toque sutil na mesa, o brilho nos olhos — reforçava o jogo silencioso que ele havia começado. Ele não precisava tocá-la para dominá-la; apenas estar ali, tão perto, era suficiente para fazê-la questionar seus próprios limites.
— Elara — disse ele finalmente, inclinando-se ainda mais — você entende o que quero dizer. Existe uma diferença entre o que o mundo espera de você e o que você realmente deseja… mesmo que nem saiba disso ainda.
O calor em seu corpo aumentou, e ela lutou para manter a compostura. Cada palavra dele era calculada para provocar, para quebrar defesas e despertar algo mais profundo.
— Sr. Blackwell… — ela começou, a voz firme, embora seu coração acelerasse — estamos aqui para falar de negócios.
— Sim — interrompeu ele, mas não de forma rude; de forma intensa — negócios. Mas negócios envolvem pessoas. E pessoas envolvem… desejos, necessidades e limitações. Alguns testes são necessários para entender até onde alguém está disposta a ir.
Ela sentiu um arrepio mais profundo desta vez. Damian falava de forma fria, racional, mas cada nuance de sua voz carregava calor, provocação e algo perturbadoramente íntimo. O simples fato de estar ali, sozinha com ele, fazia cada pensamento racional se dissolver em tensão e expectativa.
— Testes… — repetiu Elara, quase sem perceber, sentindo o gosto da palavra na boca, e a implicação dela em seus sentidos.
Ele sorriu, como se tivesse esperado exatamente por aquela reação.
— Sim — disse ele, tão perto que ela podia sentir a força de sua presença — testes que revelam limites. Os seus, os meus… e, às vezes, os de ambos.
O olhar dele era hipnótico, perturbadoramente atraente, capaz de fazê-la esquecer do mundo lá fora. Cada detalhe de seu rosto era perfeito demais: a mandíbula forte, os lábios bem delineados, o leve arrepio de cabelo na nuca, os olhos que pareciam ver através dela. Ele não era apenas bonito; era impossível de ignorar, uma presença que consumia atenção, desejo e razão ao mesmo tempo.
Elara percebeu que estava em um território perigoso, mas irresistível. Ela estava diante de um homem que dominava não apenas empresas, mas pessoas. E, por algum motivo, sentiu que ele queria dominá-la — testar até onde ela resistiria antes de ceder.
— Então — disse ela, tentando recuperar o controle — vamos aos números.
Damian inclinou-se para trás, mas não completamente. Seu sorriso continuava lá, sugestivo, provocador, e ele deixou que seus dedos roçassem levemente a borda do tablet, perto da mão dela. Era um toque sutil, quase acidental, mas suficiente para que um arrepio percorresse a coluna de Elara.
— Muito bem — disse ele, a voz baixa, íntima, enquanto a tensão aumentava — começaremos por isso. Mas saiba… cada decisão que você tomar agora será observada. E cada reação sua será notada.
Elara respirou fundo, sentindo a tensão elétrica entre eles. Ela sabia que, por mais racional que fosse, não poderia ignorar o efeito que Damian tinha sobre ela. Havia algo hipnotizante em sua presença, algo perturbadoramente sensual, quase impossível de resistir. E, naquele momento, ela percebeu que o jogo havia começado — um jogo onde poder, desejo e controle se entrelaçavam de maneira perigosa e excitante.
Enquanto discutiam os números da fusão, cada gesto, cada olhar e cada palavra de Damian reforçava uma verdade simples, mas aterradora: ele não era apenas um CEO de sucesso. Ele era um homem que dominava tudo o que tocava — e agora, inevitavelmente, começava a dominar também cada pensamento e desejo dela.
E Elara Sterling sabia, no fundo de si, que aquele era apenas o começo do jogo.