Mundo de ficçãoIniciar sessãoSophie Bailey
— Humm… Então você notou o gostosão te secando… — Anne comenta com um sorrisinho cínico. — E… eu? Você está vendo coisa onde não tem. Ela dá uma risadinha. — Amiga, relaxa! Você está tensa demais para quem acabou de conseguir uma entrevista na Mason Corp. Essa noite é nossa! — Anne gesticula, quase derrubando o martini em cima de mim. Enquanto isso, eu estava chocada com os preços e, mais ainda, com a quantidade de gente bonita e rica. Juro que só concordei em vir porque Anne insistiu que eu precisava celebrar o "primeiro passo" para salvar a Vó Eliza. — Não estou tensa, Anne, só estou chocada com o preço dessa bebida. Se eu derreter, você vai ter que vender seus sneakers para pagar a conta. — sussurro de volta, tentando parecer descontraída, mas sinto o olhar das pessoas sobre a gente. — Deixa de ser pão-duro, Sophie! Beba! — Ela pega o meu copo e me força a tomar um gole generoso. O álcool desce queimando, e eu sinto o calor relaxar meus ombros. Anne pede mais uma rodada, e eu nem me dou ao trabalho de protestar. Honestamente, eu precisava de um tempo, de esquecer por uma hora o cheiro de lanchonete e a tosse da minha avó. Eu estava rindo de alguma bobagem que Anne disse quando meus olhos o encontraram de novo. O homem de terno do outro lado do bar. O mesmo que meu olhar se cruzou no instante em que entrei. Ele era alto, imponente, e estava com uma loira estonteante, mas os olhos dele... os olhos dele não saíam de mim. Aquele homem irradiava poder e luxo. Eu tentei desviar, fingir que ele não existia, mas era impossível. Nossos olhares voltaram a se cruzar, e eu senti um calafrio elétrico percorrer minha pele, como um choque proibido. Meu coração acelerou tanto que temi que Anne pudesse ouvir. — Está babando, amiga? — Anne me cutuca, rindo. — Não estou babando. — rebato, irritada. — Mas olha ele. É impossível não olhar. Anne observa, e assobia. — É um partidão. Mas ele está de "companhia". Nesse exato momento, o homem de terno se inclina em direção à loira, diz algo, e a expressão dela se fecha de raiva. Ele nem espera a resposta dela. Ele se levanta, sério, e a loira sai furiosa, batendo os pés. Ele a abandonou. Meu Deus, eu estou bêbada! A bebida está nublando minha mente, não é possível! — Ele dispensou a deusa loira... e está vindo para cá. — Anne sussurra, os olhos arregalados, me cutucando debaixo da mesa. — Oh, meu Deus, Sophie! Eu senti meu corpo gelar e ferver ao mesmo tempo. Minhas mãos suavam. Graças ao segundo martini que Anne praticamente forçou goela abaixo, minhas defesas estavam desarmadas, e a vergonha se misturava a uma curiosidade avassaladora. Ele parou na nossa mesa, e senti o cheiro de seu perfume. Forte, amadeirado, e perigosamente inebriante. — Com licença, senhoritas. — A voz dele era profunda, rouca, e fez a pouca sobriedade que me restava desaparecer. — Eu sinto muito incomodar, mas não consegui tirar os olhos de você a noite toda. Meu Deus, ele estava falando comigo… — Qual é o seu nome? — ele estendeu a mão. Eu mal consegui responder, de tão tonta que estava. — Sophie. Sophie Bailey. Anne, sempre estrategista, aproveitou a deixa: — Olá! Sou Chloe, melhor amiga da Sophie. É um prazer. A Sophie precisa urgentemente de um pouco de ar, ela está celebrando e exagerou um pouco… — Ele me olhou com uma intensidade que parecia ver através da minha alma. — Você está pálida, Sophie. Permita-me te tirar daqui. — Ele não perguntou, ele ordenou, com a confiança de um homem que está acostumado a ter o que quer. E eu nem mesmo me atentei em perguntar o nome dele… — Posso te levar para um lugar mais... tranquilo. Nesse momento, eu deveria ter dito "não, obrigada", chamado um táxi e corrido para casa. Mas o álcool em minhas veias e a atração brutal que ele exalava me traíram. Eu estava vulnerável, precisando de qualquer forma de escapismo, e aquele homem era o caminho mais rápido para o esquecimento. Ele era perigoso, mas a adrenalina era viciante. — Eu aceito. — mal reconheci minha própria voz. Anne me deu uma piscada de "vá em frente" antes que ele segurasse minha mão, me conduzindo para fora do bar. Saímos em seu carro, e a viagem foi um borrão de cheiros, luzes e tensão. Chegamos a um apartamento luxuoso, um penthouse que gritava "milhões". Assim que entramos, não houve mais palavras. Havia apenas a atração animal. Ele me empurrou contra a porta, e seus lábios encontraram os meus com urgência e uma possessividade que me fez perder o ar. Aquele beijo era eletricidade pura, tirando todo o meu fôlego, me fazendo esquecer a Vó Eliza, o Max, a necessidade de dinheiro, a Mason Corp., tudo. Eu sabia que me arrependeria assim que o sol raiasse. Eu sabia que essa não era "eu". Mas eu estava bêbada de martini e de atração, e precisava desesperadamente de um momento para não ser a Sophie Bailey em crise. O resto da noite foi um caos de pele e gemidos, uma erupção de desejo que eu não sabia que era capaz de sentir. Foi a minha primeira noite com um estranho. Quando acordei, a luz da manhã invadia o quarto, e a realidade me atingiu como um caminhão. Eu estava na cama do homem que abandonou a loira para me ter. Olhei para o relógio: sete da manhã. Minha entrevista na Mason Corp. era em poucas horas. Eu precisava sumir daqui antes que ele acordasse. Isso não podia ter acontecido!






