Capítulo 3 - parte 1

Mason Carter

Ultimamente a vida não tem me dado uma trégua.

Ter uma empresa do porte da Mason Corp. exige uma responsabilidade absurda, especialmente quando há pessoas te rodeando como urubus em cima de uma carniça, tentando tirar de você aquilo pelo qual você mais lutou para alcançar.

Tem acionistas de todos os lados, fazendo o possível para conseguir me tomar a empresa. Confesso que, às vezes, isso cansa e dá vontade de jogar tudo para o alto, desistir de tudo, mas eu não posso fazer isso. Há muita coisa em jogo. O nome Carter, o legado do meu pai, o meu próprio orgulho.

Como se não bastasse tudo isso, estou sem secretária.

Estou há um bom tempo tentando conseguir alguém que esteja à altura da empresa ou que, pelo menos, entenda o mínimo do nosso ramo. Visto que as últimas só me deram dor de cabeça porque não sabiam absolutamente nada sobre tecnologia e nem se dedicavam a aprender, demiti a última que não durou mais de três meses. Agora preciso urgentemente de uma substituta eficiente.

Isso resultou em um grande problema, pois, enquanto não consigo alguém, nossa recepcionista tem se desdobrado em mil para me ajudar.

Fui tirado dos meus devaneios com batidas na porta da minha sala.

— Entre. — autorizei, sem deixar de encarar os papéis em minha mesa.

— Desculpa atrapalhar, senhor Carter — A voz de Harper, nossa diretora de Recursos Humanos, me fez levantar a cabeça. — Mas trago boas notícias. — Ela sorriu e se aproximou de minha mesa.

— Prossiga... — meneei levemente a cabeça.

— Finalmente temos candidatas ao cargo de secretária, e um dos currículos me pareceu bastante interessante. — Ela clicou em seu tablet e me mostrou a tela.

— Hum... Parece muito bom, contudo, apesar da belíssima formação, é inexperiente, o que me dá uma certa preocupação. — Após ouvir minha resposta, Harper soltou um longo suspiro, parecendo frustrada.

— Senhor, entendo seu ponto de vista, mas lembre-se de que, quando cheguei aqui, também era inexperiente... Ainda assim, o senhor viu algo bom em mim e me deu uma chance, mesmo quando todos os acionistas da empresa foram contra. Além disso, essa é a única que me parece estar bem-preparada para trabalhar conosco.

Respirei fundo e retirei os óculos de descanso. Mesmo não querendo arriscar e dar o braço a torcer, sabia que ela tinha razão. A confiança de Harper é rara e valiosa.

— Tudo bem, mas ela terá que passar por todo o processo como qualquer outra pessoa e só será aceita caso se mostre eficiente. Nada de favoritismo, estamos entendidos?

Ela tentou conter um sorriso.

— Como quiser, senhor. Entrevistarei todas as candidatas amanhã mesmo. Precisa de mais alguma coisa?

— Não, Harper. Está dispensada, tenha uma boa noite.

— Boa noite, senhor. — Ela se direcionou à saída.

Verifiquei as horas em meu computador e percebi que já é hora de ir embora. Estava com a cabeça cheia, fervendo, e tudo que eu queria era me esbaldar na noitada com o Max, aquele que cola comigo em todas. Mas, infelizmente, isso terá que esperar, já que o ordinário estava numa viagem de negócios e só retornaria no dia seguinte.

Ele é dono de uma das maiores boates de Denver, e com o tempo, resolvi investir nela, então nos tornamos sócios. Sempre que há algo para resolver, ele vai, pois raramente posso abandonar minha empresa para fazer qualquer coisa que não esteja relacionada a ela. Ou meu pai me mataria.

Falando no diabo, meu celular tocou em cima da mesa, e ao pegá-lo, vi o nome dele no identificador de chamadas.

Deslizei a tela, atendendo.

— Fala, vagabundo! Pensei em você agora.

— Nossa! Já está com saudade, amorzinho?

— Não fode, Max. — estalei a língua, impaciente. Escutei sua risada do outro lado da linha.

— O que tá rolando? — perguntou, após parar de rir.

— O mesmo estresse de todo dia. Acredita que ainda não conseguimos uma secretária? Estou a ponto de enlouquecer. — Passei a mão no rosto e suspirei pesadamente.

— Relaxa, cara. Amanhã chego com novidades maravilhosas, e vamos nos acabar na boate. O que não falta é rabo pra você se enterrar. Basta dizer seu sobrenome e as mulheres caem matando.

— É, tô sabendo... — sentei de forma mais relaxada, recostando-me na cadeira. O cinismo dele sempre me acalma um pouco.

— Se importa de me buscar no aeroporto?

— Sabia que tinha um interesse por trás dessa ligação.

— Pode ou não, porra? — ri, porque paciência com besteiras não é uma das virtudes do Max.

— Ok, eu vou. Que horas você embarca? — batuquei a caneta na mesa.

— Às sete.

— Tudo bem, está ficando tarde, até amanhã.

— Nossa! É assim que trata seu melhor amigo?

— Tchau, Max. — Escutei sua risada, antes de encerrar a ligação.

Antes de sair da empresa, pensei em ir para casa, mas ficar sozinho não é meu ponto forte. Toda vez que estou sozinho, aquelas malditas lembranças vêm me atormentar. E, apesar do cansaço extremo, não tenho conseguido dormir bem nos últimos meses. O que me levou a fazer algo que eu realmente não queria…

Quando dei por mim, já estava ligando para um dos meus casos, o melhor deles.


— Olá, Mason. A que devo a honra de sua ligação? — A voz dela soou sedutora.


— Que tal sairmos hoje? Relembrar os velhos tempos…


— Vou com você em qualquer lugar, gato.

Essas mulheres são tão fúteis que não é preciso muita coisa para ganhá-las. Basta ter uma conta recheada, ser conhecido e aclamado pela mídia, e elas caem aos seus pés.


— Te pego às oito. Até mais. — Não esperei por resposta e desliguei a chamada.


Sei que procurei por ela, mas verdade seja dita que minha única intenção com isso era uma boa foda e nada mais.


Após isso, organizei minha mesa, peguei a chave do meu carro, seguindo até o estacionamento, com destino ao apartamento da Julia.


Parei em frente ao prédio, mas não subi. Preferi enviar mensagem avisando que cheguei e, sem demora, vi a belíssima imagem da magnífica loira de olhos azuis passar por aquelas portas. A Julia é meio chatinha, porém, vale o esforço, porque ela é uma das melhores fodas que já tive até hoje.


Saí do carro e andei até o lado do passageiro para abrir a porta para ela.


— Sempre cavalheiro... — ela comentou ao se aproximar de mim.


— Faço o que posso — curvei os lábios em um sorriso sexy. — A propósito, você está maravilhosa. — Levei sua mão aos meus lábios, beijando o dorso.


Ela usava um vestido preto, com um pouco de brilho, que ia até um pouco acima do joelho e tinha uma fenda pequena em cada lado. Assim como seu decote bem exuberante, que te faz querer cair de boca naquelas maravilhas montanhosas.


— Obrigada. Mas espero não estar usando nada ao final dessa noite. — piscou para mim antes de entrar no carro.


Essa é a parte que eu mais gosto nela. Julia sabe bem quais são as minhas intenções, então não preciso fazer muita coisa para tê-la em minha cama.


Fechei a porta, entrei no lado do motorista e dei partida, indo ao lugar que pensei para aquela noite.


Ao chegar no local, estacionei o carro e descemos. Aquela noite escolhi um bar novo que abriu na cidade e eu estava bastante curioso em conhecer.


Passamos pela porta e percebi que fiz uma excelente escolha. O lugar era perfeito e bem aconchegante.


Repentinamente, senti-me ser observado, uma sensação bem estranha, pois nunca havia estado naquele lugar antes. Decidi olhar ao redor e vi que não estava errado. Meu olhar cruzou com o de uma mulher tão linda, que me fez perder o ar instantaneamente.

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