Clara
Coloquei a mão em seu rosto, sentindo a barba por fazer arranhar meus dedos. O encarei com toda a coragem que ainda me restava.
— Quero. Mas não minta pra mim, Theo. Não suma. Não faça promessas que não vai cumprir.
Ele sorriu, mas foi um sorriso sério, maduro. Diferente.
— Eu fico. Se você ficar também.
Era tudo que eu esperava ouvir. O olhar dele me prendeu. Não havia mais volta.
Theo se aproximou outra vez, agora com mais calma e nossos lábios se encontraram novamente, mas dessa vez o beijo veio carregado de urgência, mãos deslizando, corpos colados, respirações entrecortadas. Os seus lábios eram mais quentes do que eu imaginava. Mais insistentes. Mais tudo.
A árvore na qual nos encostamos estava em um beco estreito coberto de sombras e trepadeiras. Isolado do mundo, como se tivesse sido feito apenas para aquele instante. As luzes amareladas filtravam-se pelas folhas, banhando nossas peles com um brilho suave.
Theo me beijava como se estivesse faminto, suas mãos firmes na min