Júlia
— Eu sabia! — Melissa rosna, dando alguns passos duros para dentro da sala. — Sabia que tudo isso era bom demais para ser verdade. Como você pode, David Bennett?! — Ela solta um tom de acusação.
— Calma, Melissa! Não é como você está pensando… — David tenta se defender.
— Você ofereceu o dinheiro da cirurgia para salvar a vida do meu sobrinho em troca de sexo! — Ela rosna enfurecida. — O que você acha que estou pensando, seu filho de uma…
— David, você pode ir embora? — peço, ficando de pé de repente, a interrompendo.
— O que? Por que eu faria isso? — David parece atordoado com o meu pedido inesperado, mas a verdade, é que eu preciso ficar longe dele por agora. Eu preciso organizar toda essa bagunça dentro da minha cabeça e ainda, preciso conversa
Bennett— Senhor Bennett…— Agora não, Anne! — rosno impaciente para a minha secretária, adentrando a minha sala. — A Senhorita Abravanel está aqui na empresa?— Sim, Senhor Bennett.— Peça para vir até a minha sala. Agora!— É claro, Senhor Bennett!Como ela pode? Como ela teve a ousadia confrontá-la, quando eu pedi para ficar distante?Dessa vez Monique Abravanel não vai sair ilesa dessa sua maldita impetuosidade. Está hora de entender que você perdeu esse jogo, Abravanel e me encarregarei fazê-la sentir o peso da mão do poderoso David Bennett. E eu garanto que você nunca irá se esquecer do que a atingiu. Meus pensamentos não interrompidos quando a porta do meu escritório se abre e Monique Abravanel adentra com passos elegantes, porém, firmes em cima dos saltos
Bennett— Sente-se, Abravanel! — ordeno, dessa vez ferozmente e aturdida, ela se senta. — Você mexeu nas finanças da B.D sem o consentimento financeiro ou do líder dessa empresa. O dinheiro foi retirado em pequenas quantidades ao longo de três meses e sem uma finalidade trabalhista ou que tenha a ver com essa empresa. Você quebrou uma cláusula importante do nosso contrato de sociedade roubando a empresa em questão e ainda, você comprometeu a lealdade, o compromisso e a boa fé dessa empresa. Sem falar na sua ética profissional que foi ao chão.— David…— Não me interrompa quando eu, David Bennett estiver falando! — rujo, fazendo-a se encolher em cima da cadeira. — O descumprimento da cláusula 57 diz que você deve devolver ao sócio majoritário as ações da empresa que estão em seu p
Bennett— A Júlia te ama, David. E o que ela fez pelo garoto não a torna menos digna. Ela é mãe e o filho estava prestes a morrer. Você que foi um puta de um covarde escroto com ela.— Deus sabe o quanto me arrependo — ralho insatisfeito.— Essa é a parte mais importante, David. Então corre atrás daquela mulher e não a deixe escapar por nada desse mundo. — O encaro em silêncio, refletindo sobre o seu conselho.— Quer saber? Você está certo — retruco, ficando de pé.— É claro que estou! — Dou algumas tapinhas no seu ombro, abrindo um sorriso esperançoso.— Sinto muito por ter que agir assim com a sua irmã, meu amigo!— Ela mereceu. Quem sabe dessa vez ela cresce e vira uma adulta de verdade?— Obrigado, meu amigo!— Vai lá, poderos
JúliaMomentos antes da surpresa…… Eu tenho um relatório que diz a hora que você entrou naquele hotel de luxo. Depois, a puta da Júlia saiu com uma mala cheia de dinheiro!Ah, merda! Rosno mentalmente em agonia. Estou inquieta e agitada com tudo isso, porque eu sei, não vai demorar para Monique espalhar esse acontecimento e logo serei julgada pelos meus próprios atos. Angustiada com esses pensamentos, deito a minha cabeça no tampo da minha mesa e respiro fundo algumas vezes.— O que você vai fazer, Júlia? Como você vai sair dessa agora?Meus pensamentos sonoros são interrompidos por algumas batidas na porta do meu escritório e logo Melissa passa por ela trazendo consigo uma bandeja com um copo de suco.— Já sei, você está aí remoendo aquela conversa com aquela maldita lagartixa. — Ela retruca, largando a bandeja sobre a minha mesa.Nossa, ela me conhece tão bem!Bufo desanimada.— Eu nunca deveria ter aceitado aquele cordo com o Sr. de Ferro — resmungo desanimada.— Mas você aceitou.
Júlia— Ai que tudo! — Lina se anima pegando a sua bolsa para ajeitar no seu ombro. — Obrigada, Melissa! — Ela sussurra para a minha amiga bem atrás de mim.— Ok, para onde vamos? — questiono minutos depois, quando entramos no seu carro.— Hum, vamos direto para um buffet.Claro, o buffet!O veículo entra em movimento e o silêncio toma conta do cômodo apertado. Então fito a mulher que tem o seu olhar fixo no trânsito.— Você… viu o David? — Me pego perguntando, mas ela apenas me lança um olhar rápido.— Ah, eu não o vi. — Lina continua atenta ao trânsito. — Parece que ele anda meio ocupado com um projeto grande da Bennett. — Olho pela janela.— Imagino que sim — resmungo baixinho.— Vocês estão noivos. Não estão se falando?— Ah, é… estamos — ralho com desdém. — Mas, hoje não.— Como eu disse, ele anda bastante ocupado. Me diga, como está a minha sobrinha? — Ela volta a me olhar e depois para a minha barriga.— Ela está bem. — Sorrio.— Já estamos chegando, Júlia. Preciso que me ajude
Júlia— Compras? — ralho colocando uma uva verde na boca. — Como assim, compras? — bufo no mesmo instante que o meu estômago começa a roncar e resolvo acomodar-me a mesa para comer algo. — Hum! Hum! — gemo me deliciando com algumas torradas de manjericão e queijo, depois, em um maravilhoso copo de suco. E céus, parece que não como há anos! — Vai devagar, filha ou vou virar uma bola de tanto comer — retruco, dando uma mordida na fatia de bolo de nata e no ato, solto mais um gemido de puro prazer gastronômico, saindo da mesa para ir para o meu escritório. Mas não antes de pegar mais um copo de suco. — Preciso trabalhar. — Faça uma nota mental. Entretanto, assim que ponho os meus pés no piso inferior, a campainha toca e para a minha surpresa, a Lina está em pé bem na entrada da minha casa.— Lina? — indago aturdida.— Bom dia, cunhada! — Ela cantarola, adentrando o hall assim que lhe dou passagem.— O que faz aqui tão cedo?— Então, eu vim te buscar. — Arqueio as sobrancelhas.— Me busca
JúliaPor essa eu não esperava. Penso quando chego aos portões largos e encontro a quietude na entrada do casarão. Nada de operários. A obra quase finalizada está parada e me pergunto onde ele está agora? Fito as rosas vermelhas se balançarem ao vento e me forço a dar alguns passos pela longa passarela de concreto, até encontrar o gazebo decorado com as flores que eu escolhi no dia anterior. Estou com vontade de chorar, mas quero sorrir também. No entanto, puxo a respiração e me forço a continuar. Algumas cadeiras ornadas com tules entram no meu campo de visão e em seguida, algumas pessoas que eu conheço.— Júlia? — Uma voz masculina me faz olhar para trás e pressiono os lábios quando o seu olhar vagueia de cima a baixo pelo vestido de noiva, parando bem no meu rosto.— Paco? — Ele força um sorriso pequeno e sem graça.— Nossa, você está linda! — Apenas suspiro baixo e olho rapidamente para trás.— Ah, obrigada!— Aquele cara ali no altar é um homem de muita sorte. — Forço um sorriso
Júlia— Nós fizemos. — Ele deixa um beijo no topo da minha cabeça. — Preciso que entre na nossa nova casa e que vá até o quarto principal, Júlia.— Espera, nossa casa? — indago com confusão.— É sério que você não desconfiou nem por um mínimo segundo? — Arqueio as sobrancelhas. — Ou eu sou um bom mentiroso, ou você é muito bobinha, Senhora Bennett.Senhora Bennett.— Ai meu Deus, estamos casados! — A minha ficha finalmente cai.— Sim, estamos casados, Senhora Bennett. — David afirma, abrindo o sorriso mais lindo que vi. — E eu te amo por isso! Agora vai lá, porque precisamos ir.— Ir? Para onde?— Para a nossa lua de mel.Encho os meus pulmões de ar. Contudo, lhe aponto o meu indicador.— Você e suas surpresas — ralho ansiosa.— Garanto que você vai amar.Amplio o meu sorriso estupidamente feliz.— Eu não tenho dúvidas disso, meu marido.Então me apresso a entrar no casarão e logo subo as escadas para entrar no quarto principal. O meu coração está batendo tão forte que é possível sent