Depois do banho, permaneço um tempo no quarto. Me enrolo na toalha, sento na beira da cama e pego o celular, deslizando os dedos pela tela sem realmente prestar atenção em nada. Notificações vazias, silêncio absoluto... e uma irritação crescente.
Preciso sair. Respirar. Qualquer coisa que me afaste da sensação sufocante que esse lugar me provoca. Lembro do que ele disse sobre caminhar, tentar relaxar. E, mesmo sabendo que cada passo meu pode estar sendo vigiado, resolvo arriscar. Me visto com a roupa ele comprou, me sinto estranha usando essas roupas, mais é melhor do que ficar com a roupa suja. A casa está mergulhada em silêncio. Um silêncio denso, opressor. Os cômodos parecem frios demais, impecáveis demais. Como se ninguém realmente vivesse ali. Como se fosse... uma prisão de luxo. Uma masmorra. Não vejo nenhum empregado. Abro uma das portas e me deparo com o jardim. O ar frio da noite me toca o rosto, e pela primeira vez em hora