Acordei ainda cansada, parece que tinha passado um trator por cima de mim. Saí do quarto tarde e Suzana avisou que ele já tinha saído, aproveito para ver o seu escritório, analisar tudo e ver se eu conseguia algo que me ajudasse a sair dali. Pego alguns livros e separo para ler...
Esperei o dia inteiro. Fingindo estar ocupada, fingindo aceitação. Mas, por dentro, cada minuto era calculado. Cada passo, observado. E a chama da resistência queimava baixo, discreta, mas viva. Quando Damian voltou do trabalho, ao entardecer, o clima da casa ficou ainda mais denso. O silêncio que antes era sufocante agora era carregado de expectativa. Eu sabia o que precisava dizer. Só não sabia como ele reagiria. Esperei ele entrar, deixar o casaco sobre a cadeira e pegar o copo de uísque. Só então me aproximei com passos firmes e voz contida. — Preciso voltar para a faculdade.