Sala de João, minutos depois
Amanda sentou-se com elegância diante da mesa. João tentou se recompor, caminhando até a outra cadeira, mas ainda com os olhos fixos nela. O contrato repousava sobre a mesa, mas o ar entre eles ainda carregava os resquícios do beijo. Amanda pegou a caneta, folheou as páginas e estava prestes a comentar uma cláusula quando a porta se abriu subitamente.
Valéria entrou.
— Perdão, senhor João, mas o diretor financeiro da Rússia entrou em linha direta e disse que é urgente.
O silêncio que se seguiu foi quase constrangedor. Amanda estava com a caneta ainda suspensa, os lábios entreabertos como se fosse dizer algo. Valéria observou o leve rubor no rosto de Amanda, os cabelos um pouco desalinhados do lado esquerdo, o olhar de João ainda preso nela como quem foi pego num sonho.
— Ah... tudo bem. Peça que aguarde um minuto. — disse João rapidamente, tentando soar firme. — Já estou indo.
Valéria assentiu, mas não saiu de imediato. Seus olhos se estreitaram discretame