– Quarto
A casa estava em silêncio, envolta no manto espesso da madrugada. Amanda estava deitada ao lado de João, com a cabeça apoiada no peito dele, ouvindo os batimentos compassados como quem ouvia uma promessa antiga.
Amanda (em voz baixa):
— Eles não vão parar, João. Valéria, Ivo... todos eles querem nos destruir. E meu pai... ele ainda acredita que pode me manipular como uma peça no jogo dele.
João (acariciando os cabelos dela):
— Eu te conheço. Você nunca foi uma peça. Sempre foi o tabuleiro inteiro.
Amanda sorriu de leve, mas os olhos tinham uma sombra.
Amanda:
— Eu tive medo hoje. Não da Valéria. Nem do Ivo. Mas de te perder no meio disso tudo. Por orgulho. Por causa dos nossos nomes.
— Quando entrei no seu quarto naquela noite... foi por amor, João. Eu só não sabia se você ainda era o mesmo que me esperou em silêncio quando eu fui embora.
João:
— Eu sou o mesmo. Mas hoje... sou mais forte. E se você me permitir, eu quero estar ao seu lado, não atrás. Nem à frente. Ao seu lad