Amanda atravessou o corredor da presidência com passos firmes. Seu salto ecoava pelo piso de mármore, reverberando como uma marcha silenciosa de retorno. Ela trajava um conjunto escuro, discreto, mas de corte impecável — e seus cabelos, ainda que mais ralos após o trauma, estavam soltos, alinhados, como se cada fio soubesse o lugar exato que devia ocupar.
Parou diante da porta da sala de João. À frente, uma jovem morena, de postura rígida e olhar profissional, se interpôs, abrindo um sorriso polido.
— “Boa tarde, senhora... A senhora tem horário agendado com o presidente João Duarte?” — perguntou a jovem com eficiência impecável.
Amanda levantou uma sobrancelha, os olhos afiados mirando direto nos dela.
— “Boa tarde. Eu não preciso de horário.” — disse com calma, porém firme. — “Sou Amanda Duarte. Irmã de João. E de José. Filha do fundador, a vice-presidente licenciada e, até segunda ordem, dona deste prédio inteiro.”
A porta-voz engoliu em seco. Um silêncio breve pairou, até que ela