Cadeira

Cada investida de João era uma jura silenciosa de amor, uma promessa selada não em palavras, mas nos toques, nos olhos cerrados, nos corpos entrelaçados. Amanda o recebia com entrega total, como se cada movimento fosse o último, como se o mundo lá fora não existisse. E, de certa forma, naquele momento, não existia.

Quando enfim os corpos se acalmaram e os corações ritmaram juntos, os dois permaneceram abraçados no sofá. Amanda ajeitou os cabelos, recompôs a blusa e se ajeitou elegantemente na cadeira ao lado da mesa de João. O brilho nos olhos dela ainda não tinha se apagado, e um leve sorriso cínico dançava em seus lábios.

Foi então que bateram na porta.

— Presidente, — chamou Abigail, com a voz seca. — A senhorita Zara deseja falar com o senhor. Está com o pai e o irmão.

João lançou um olhar para Amanda, que cruzou as pernas com calma e assentiu com a cabeça.

— Pode deixar entrar.

A porta se abriu e Zara surgiu, como sempre, impecável e altiva, seguida de Rodolfo Pelegrini e do irmã
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