Interior da sede – Quarto de Amanda, fim de tarde
O sol já se escondia além das montanhas cobertas de neve. A luz alaranjada filtrava-se pelas cortinas pesadas, dourando os contornos do quarto. Amanda sentava-se diante da penteadeira, penteando os cabelos ainda úmidos do banho, a expressão inabalável. Bruno estava recostado à janela, os olhos fixos nela — com admiração e cautela.
— Você causou um terremoto naquela mesa — comentou ele, com um sorriso enviesado.
Amanda arqueou uma sobrancelha, sem desviar os olhos do espelho.
— Era o mínimo. O que Augusto esperava? Que eu simplesmente dissesse “sim, papai” e batesse continência?
Bruno se aproximou devagar, sentando-se na poltrona ao lado.
— Talvez não. Mas... talvez fosse uma jogada útil aceitar esse cargo agora. — Ele falou com calma, mas seus olhos eram atentos. — Você estaria no comando de tudo que Ana construiu. O império que ela levantou está pronto pra ser passado a você. É o seu direito. Seu legado.
Amanda parou de pentear o cabe