O som dos aplausos ainda ecoava quando Liandra deixou o salão.
Não olhou para trás.
Não se despediu de ninguém.
O coração batia como um tambor no peito, e o ar parecia mais pesado a cada passo.
Tentava se convencer de que sair era o certo, que não fazia sentido permanecer ali, vendo o homem que o destino ousara colocar diante dela de mãos dadas com outra mulher.
Mas a verdade é que fugia.
Fugia do olhar dele, da sensação sufocante que a tomara quando seus olhos se encontraram, e, principalmente, daquilo que o instinto sussurrava sem piedade: companheiro.
O pior era que ele sequer parecia perceber.
O caminho até a casa foi silencioso.
A noite fria cortava o rosto, e o vento parecia zombar da sua confusão.
Assim que entrou, jogou a bolsa sobre o sofá e ficou parada no meio da sala, sem saber o que fazer.
O relógio marcava pouco depois das oito.
Mas o corpo estava desperto, inquieto, em chamas.
“É só curiosidade”, tentou dizer a si mesma.
Mentira.
Pegou o celular e digito