Tempestade Contida
Enquanto a música suave ecoava pelo salão, Felipe Orsini sentia a respiração acelerar. O perfume de Alice ainda persistia em seu nariz — baunilha e uma suave chuva de verão, impossível de ignorar. Cada passo que ela dera, cada olhar perdido que trocara com ele, tinha deixado um rastro invisível que o consumia.
Sem pensar, ele se afastou do grupo de investidores.
— Com licença. — Sua voz firme, mas carregada de tensão, não deu espaço para perguntas.
O caminho até sua suíte foi rápido. Cada corredor parecia mais estreito, mais pesado. Ao abrir a porta, a luz suave da suíte não trouxe alívio. O ambiente parecia pequeno demais para conter a tempestade que borbulhava dentro dele.
Respirou fundo, tentando recuperar o controle. Mas o instinto de Zurk, seu lobo, era impiedoso. Rugia dentro dele, exigindo ação, clamando por vingança, pela proximidade perdida.
Olhou ao redor. A primeira coisa que viu foi um vaso decorativo sobre a mesa lateral. Sem pensar, agarrou e ati