Rafael fechou a porta assim que Samuel levou Caroline pelo corredor.
A tranca encaixou com um estalo seco, e o silêncio que se instalou não tinha nada a ver com paz.
Era denso.
Tenso.
Cheio de tudo que ainda precisava ser dito.
Liandra respirou fundo, muito fundo, como quem tenta manter firmeza enquanto o peito reage sozinho.
Quando virou as costas, caminhando em direção ao quarto, o sangue de Rafael gelou por um segundo — não porque ela estivesse indo embora, mas porque ele sabia: ela estava segurando mais do que dizia.
Ela não bateu a porta.
Não dramatizou.
Não fez cena.
Ela apenas… foi.
Como uma loba que precisa de espaço para não morder.
Rafael ficou parado na sala por sete longos segundos antes de segui-la.
Ele sabia reconhecer quando ela estava irritada.
E sabia reconhecer quando ela estava quieta demais para aquilo ser apenas irritação.
No quarto, Liandra estava de costas, as mãos apoiadas na borda da cômoda.
Os ombros rígidos.
O pescoço tenso.
Ele se aproximo