O carro derrapou com violência quando Felipe gritou o nome dela.
O som dos pneus rasgou o asfalto, e Liandra se agarrou ao painel, o coração disparando.
— Felipe!
Mas ele não a ouvia.
Os olhos vermelhos brilhavam em meio à penumbra, o corpo inteiro tomado por uma energia crua e animalesca.
Um segundo.
Foi o que bastou.
Felipe abriu a porta do carro num movimento brusco. O ar vibrou ao redor dele, pesado, carregado de fúria.
A áurea o envolveu como uma tempestade negra — sufocante, pulsante, viva.
Liandra mal conseguia respirar.
O corpo dele se arqueou, os músculos tensionando.
E então veio o rugido.
Forte. Primordial.
O som atravessou a estrada e a noite como um trovão.
A transformação foi brutal, ossos se movendo, sombras se contorcendo, a essência do Alfa tomando forma.
A criatura que surgiu diante dela era uma fera colossal, negra, com os olhos vermelhos em brasa.
Felipe — ou Zurk — ergueu a cabeça, soltando outro rugido que fez os pássaros fugirem