O dia anterior à cerimônia começou com uma tranquilidade enganosa, daquelas que antecedem a tormenta.
Julie, incansável, organizara mais uma ida ao salão principal para revisar os protocolos, ajustar os últimos detalhes e garantir que nada fugisse do planejado. Alice acompanhou cada orientação com atenção: os gestos, as falas, o tempo de cada passo. Amanhã, todos os olhos estariam sobre ela e mesmo sem ser lobo, ela sentia o peso do título de Luna cair sobre seus ombros.
Felipe observava de longe.
Via a tensão escondida sob o sorriso sereno, o brilho ansioso nos olhos dela. E, pela primeira vez em dias, decidiu interferir.
Aquela manhã seria de deveres.
Mas a tarde, a tarde seria dela.
— Eu cuido de tudo daqui pra frente — disse, firme, quando a viu sair do salão. — E você, hoje, vai descansar.
— Felipe, ainda há… — começou ela, protestando.
— Nada que você precise resolver. — completou, com aquele tom calmo que, de algum modo, sempre fazia o mundo parecer seguro.
Lívia sorri