A floresta parecia respirar junto com ele.
Cada árvore, cada fragmento de vento, cada som — tudo pulsava como um coração selvagem batendo em descompasso. Felipe corria, o corpo tomado por uma fúria que não cabia em si. O ar frio da noite não bastava para conter o fogo que subia por dentro de sua pele.
Os pés rasgavam a terra, o coração batia como tambores de guerra.
Zurk estava ali.
Feroz. Impaciente. Quase livre.
A transformação veio sem aviso. Os olhos de Felipe se tingiram de vermelho, o corpo arqueou, os músculos estalaram. Ele rugiu — um som tão primal que fez os pássaros romperem o céu em desespero.
Era o uivo de um Alfa em ruptura.
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Do outro lado da floresta, André recebeu o alerta pelo canal interno da matilha — “O Alfa está caçando.”
Mas André sabia que aquilo não era caça. Era dor.
Ele correu, seguindo o rastro de destruição: troncos quebrados, o cheiro denso de fúria e desespero.
Felipe… não faça isso.
Usou a conexão mental entre lobos, para alcançá-lo.
“Felip