Por alguns segundos, Alice apenas ficou ali, olhando para ele.
O silêncio pesava entre os dois, até que ela, finalmente, respirou fundo e soltou um riso trêmulo.
— Então… — começou, hesitante. — Você é um… lobo. Um lobo de verdade?
Felipe assentiu, os olhos calmos.
— Sou.
Ela riu de novo, sem saber se ria da situação ou do nervosismo.
— Tipo… um lobo lobo? Que uiva pra lua e corre pela floresta?
Um sorriso escapou de Felipe, involuntário.
— É, algo assim.
— E você… — ela mordeu o lábio, tentando conter o riso. — Então, você se transforma mesmo? Quero dizer, literalmente?
Felipe suspirou, balançando a cabeça.
— Sim. Eu me transformo.
— Certo. — Ela cruzou os braços, tentando manter a compostura. — Isso é… um pouquinho complexo demais, mesmo pra mim.
Ele riu baixinho.
— Eu imagino.
— Então… — ela continuou, franzindo o cenho. — Toda lua cheia você se transforma?
Felipe balançou a cabeça.
— Não. A lua cheia só desperta os instintos, torna tudo mais forte