Rafael acordou antes do sol, como sempre fazia.
Ou melhor: “acordar” era apenas a palavra mais educada para descrever o ato de desistir de lutar contra a insônia.
Sono real não existia desde que Liandra não respirava ao lado dele.
Tomou banho, vestiu-se e desceu para a sala silenciosa do apartamento em Chicago.
A cidade ainda despertava, mas ele já estava diante do laptop às 6h15.
Havia novos relatórios:
• previsões financeiras enviadas por Camila durante a madrugada
• listas de vigilância atualizadas
• movimentação de concorrentes menores
• alertas de segurança de Samuel
• cronogramas, pagamentos pendentes, mapas de risco
Rafael mergulhou em tudo com a precisão que o tornava temido, organizar, prever, decidir.
O tipo de controle que qualquer alfa dominaria, mas que ele executava como ninguém.
Ainda assim, sob a funcionalidade impecável, o vínculo pulsava.
Firme.
Presente.
Vivo demais.
Perto do meio-dia, no instante em que revisava as projeções trimes