Depois das bênçãos, das reverências e das palavras reverentes, Alannah fechou a porta sem dizer uma palavra, como se soubesse que o mais sagrado ainda não havia acontecido.
Lá dentro, só restava o som suave da respiração do recém-nascido.
Susan estava sentada sobre almofadas de linho sagrado. Dmitry ainda ajoelhado, mais próximo agora. Entre os dois, Demyan, dormindo com os dedos miúdos entrelaçados na túnica da mãe.
O silêncio não era incômodo.
Era o tipo de silêncio que envolve dois corações que se perderam e finalmente se encontraram.
Dmitry passou a mão com delicadeza nos fios ruivos que cobriam parte do rosto dela.
— Você está… Diferente.
Susan olhou para ele, um leve sorriso nos lábios.
— Eu morri, Dmitry. Diferente é o mínimo.
Ele baixou os olhos, como se aquela verdade ainda doesse mais do que pudesse admitir.
— E eu… Sobrevivi a isso. Sem você.
— Você não sobreviveu. Você esperou. É diferente. — Ela inclinou a cabeça, pousando a mão sobre a dele. — Eu senti.
Dmitry a encarou.