O som seco da ligação encerrada pairou no ar.
Ivan largou o celular sobre a mesa, cruzando os braços e encarou o nada, enquanto Maksim, recostado na poltrona ao lado, o observava com aquele olhar astuto de quem sempre sabe mais do que deixa transparecer.
Por alguns segundos, nenhum dos dois falou.
Depois, Maksim quebrou o silêncio, como sempre fazia, com um tom de puro deboche:
— Então… O moleque resolveu virar homem.
Ivan não respondeu de imediato. Pegou o copo de vodka que sempre mantinha ao alcance e girou o líquido transparente, pensativo.
Maksim arqueou uma sobrancelha, inclinando-se um pouco para frente.
— E aí, Ivan? Tá feliz? Preocupado? Ou só tá recalculando como isso vai bagunçar o clã?
Ivan soltou um suspiro, deixando o copo sobre a mesa sem nem ter bebido.
— Não é uma decisão qualquer, pai. Você sabe o que significa… Pra ele, pra ela… E pra nós.
Maksim soltou uma risada grave, inclinando a cabeça para trás.
— Claro que sei! Porra… Híbrida de fada! — E, então, fez um gesto