O som dos saltos de Susan ecoava no corredor de mármore como marteladas em seu próprio peito. Ela não olhou para ninguém ao sair com Dmitry da empresa. Nem um desvio de olhar, nem uma palavra. Só o silêncio.
O mesmo silêncio com o qual suportou todo o dia de trabalho, fingindo que cada clique nos arquivos da Rurik Motors era mais importante do que a dor que gritava dentro dela.
Quando as portas da mansão Rurik se fecharam atrás deles, Susan ainda mantinha o corpo rígido, o olhar baixo, os ombros tensos. Não respondeu a Dmitry quando ele perguntou se ela queria comer algo. Nem quando ele disse que estaria no escritório se ela precisasse dele.
Ela apenas subiu as escadas.
A raiva era como uma brasa dentro do peito. Incômoda, constante, viva.
Foi no andar de cima que Carla a encontrou. Estava saindo do quarto quando viu Susan se aproximar, os olhos vermelhos demais pra disfarçar. Não precisou perguntar nada. Abriu a porta e apenas estendeu a mão, guiando-a para dentro.
Susan entrou sem