● Aneliese Moore ●
Viro-me para encarar o senhor Blake com um semblante fechado, sobrancelhas erguidas em pura reprovação. Ele, por sua vez, baixa os ombros como um aluno pego colando na prova, e aquele olhar cabisbaixo me faz sentir mais pena do que raiva. O contraste é quase cômico: um homem do tamanho de uma geladeira de duas portas, comandante de um império corporativo, parecendo um garoto que derrubou o vaso da mãe.
— Alexander Reed Blake, pode por favor me explicar o significado de todo esse caos? — pergunto, cruzando os braços e disparando meu melhor olhar fulminante. — Porque, sinceramente, sua cozinha parece ter sido atingida pelo furacão Katrina.
— Aneliese, eu... bem, eu queria... — ele começa, mas as palavras tropeçam na língua. Pelos deuses, como um homem desses consegue gaguejar desse jeito?
— Queria o quê? Tocar fogo na sua própria casa? — retruco, com uma autoridade que nem eu sabia que tinha. — Seus filhos disseram que você incendiou uma toalha de mesa, Alexander! Tem