● Aneliese Moore ●
Destranco a porta do meu apartamento e solto um suspiro de alívio que parece sair da alma. Finalmente em casa. Não é que o quarto do senhor Blake... espera, calma, isso soou errado. Não quero dizer que o quarto onde fiquei nos últimos dias fosse ruim ou desconfortável.
Muito pelo contrário. O espaço era luxuoso até demais para ser apenas um dos quartos de hóspedes — sim, um dos. Porque, é claro, havia outros três, todos impecáveis, prontos para abrigar visitas ocasionais. Enfim, coisas de milionários.
Mas, por mais elegante e confortável que aquele lugar fosse, havia algo que ele não conseguia oferecer: a sensação de lar. O aconchego silencioso que só se encontra quando se gira a chave da própria porta e se sabe que aquele espaço pertence a você, e você a ele. O quarto em que fiquei, com suas paredes em tons neutros e decoração mínima, gritava em silêncio: "sua estadia aqui é temporária".
Não que eu esteja reclamando, claro. Mas a verdade é simples: nada supera o